Foi há 70 anos....

“A Académica campeã do Império”. Esta foi a manchete do Diário de Coimbra

a 26 de Junho de 1939, dia seguinte à conquista da 1.a Taça de Portugal

Há precisamente 70 anos (25 de Junho de 1939), a Académica escrevia a mais brilhante página de todo o seu historial até ao momento. Os estudantes viajaram até Lisboa, ao Campo das Salésias, para defrontar o Benfica na 1.a final da Taça de Portugal e venceram-na.

O triunfo por 4-3 colocou a Académica na galeria de ouro de uma das competições com mais tradições no panorama desportivo nacional, considerada mesmo como a prova rainha do futebol português.

A Taça possui, na verdade, uma série de características muito especiais. Desde logo, engloba na mesma competição um elevado número de clubes de todo o território nacional, não olhando à sua valia desportiva ou financeira. Dá, por isso, às equipas de menores recursos a possibilidade de esgrimir forças com as mais consagradas e tornarem-se em verdadeiros “tomba-gigantes”, com direito a figurarem nas primeiras páginas dos jornais.

Estudantes imparáveis
Nesse ano os estudantes estiveram imparáveis desde o começo da prova, deixando antever que a glória estaria para sorrir aos homens da capa negra. O primeiro a ter o sabor do poder da Académica foi o Covilhã, derrotado nos dois jogos dos oitavos-de-final: por 5-1 em Coimbra e por 3-2 em sua casa. Seguiu-se o Académico do Porto e, com a sua eliminação, a certeza de que a Académica tinha uma equipa fadada para os mais altos voos. É que, aos 20 minutos do encontro da primeira-mão, no Santa Cruz, os portuenses ganhavam por 3-0. Mas a Académica encetou uma recuperação sensacional, que lhe permitiu ir para o descanso já na posição de vencedora. E, no segundo tempo, marcou mais um golo sem resposta, terminando a partida com o resultado de 5-3. A vitória na segunda mão, por 2-1, apenas confirmou que os estudantes estavam na Taça de Portugal para o que desse e viesse.

O Sporting foi a “vítima” seguinte. Ainda começou por ganhar, e logo por 2-0, o jogo da primeira-mão, em Lisboa. Diferença que elevou para três golos, quando se adiantou no marcador na segunda partida, no Santa Cruz. Mas a Académica estava imparável e, ao intervalo, já vencia por 3-1. Na segunda parte, os sportinguistas ainda reduziram para 3-2. Mas quando soou o apito final, a Académica venceu por 5-2. E assim se chegou ao dia da grande final — 25 de Junho de 1939.

Que saudades....